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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl: "fui demitida por um 'delito' de opinião",

Do portal Comunique-se

Maria Rita Kehl, colunista de O Estado de S. Paulo confirmou sua demissão do jornal. A psicanalista, que escrevia para o "Caderno 2", classificou como um “absurdo” sua demissão ter sido motivada pelo artigo “Dois Pesos”, em que questionava a “elite” que desqualificava os votos das classes D e E, e ainda se dizia favorável ao programa Bolsa Família. “Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião”, declarou em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine.

Segundo a colunista, o jornal argumentou que a repercussão do artigo tornou sua permanência no veículo “insustentável”. “O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que por causa da repercussão (na internet) a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram”.

Maria Rita tentou conversar e alegou que era “bom e saudável” e até comum o fato de leitores concordarem ou discordarem do artigo.

A colunista ainda criticou a imprensa por reclamar de uma suposta tentativa de censura por parte do governo e mesmo assim seu artigo ter esse tipo de desfecho. “É tudo tão absurdo...a imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...”

Caso Sarney x Maria Rita Kehl

A psicanalista ironizou o fato do Estadão ter sido censurado no caso de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda dessa forma demiti-la por sua opinião.

“Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (Senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expos uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?”, declarou ao Terra Magazine.

O Comunique-se entrou em contato com o jornal e ainda aguarda nota oficial do veículo.

20 comentários:

Anônimo disse...

Cara Rita,

Por que os anônimos que criticam o Presidente Lula, que denunciou esse autoritarismo da imprensa, não reclamam agora, da falta de liberdade????

Por que não dizem que há, sim, controle 'social' (ou seria do capital?) da imprensa no Brasil (que transforma a liberdade de imprensa em verdadeiro simulacro) e não fazem agora a justa campanha contra esse ridíclo e nefasto controle????????

Paulo Weyl

Jornalista disse...

Rita,
dê uma olhada no Portal da Imprensa e no Observatório de Imprensa - o tratamento que estão dando para o caso.
Abraço, Ana

Anônimo disse...

A liberdade no Brasil é de empresa e não de imprensa.

Anônimo disse...

E isso é só o começo!

IB disse...

O massacre da motoSerra liderada pela imprensa partidária fez duras criticas ao presidente Lula, mas eu sei que o presidente Lula, as vezes, eu disse as vezes o Presidente Lula faz comentários no calor eleitoral e sem noção.
Mas analisando friamente as declarações feitas pelo Lula, e quais as armas usar para defender sua posição e seus ideais.
Ou será que o presidente Lula deveria impor e planejar estratégicas para controlar a imprensa brasileira.
Na revista Veja tem um matéria sobre os tentáculos do polvo Lula sobre o poder; uma alusão ao poder de presidente.
Mas os tentáculos do polvo estão liderados pela imprensa capitalista e cheio de más intenções.

http://www.imprensabrasileira.com.br/

Anônimo disse...

O presidente Lula não "denunciou o autoritarismo de imprensa", como sugere o Prof. Paulo Weyl - ele é o autoritário que pretende se colocar acima das críticas da imprensa.

Demais disso, o presidente não sabe discernir claramente o que é público do que é privado, pois recebeu os aliados em palácio para discutir a estratégia eleitoral da candidata oficial para o 2º turno.
Por que o ilustre professor não comenta este fato?
Será que é por que não suporta que critiquem seu amado presidente?

Por fim, a demissão de uma psicóloga de um jornal, ainda que tenha sido injusta, não justifica a instituição de controle social sobre a imprensa, que deve ser sempre livre.

O Prof. Paulo Weyl deveria revisitar os Federalistas (Federalist Papers) para ter contato com uma visão adequada do significa imprensa livre em um país democrático (e não ficar espumando de raiva quando criticam "o bom ditador", como o chamou, com evidente acerto, o jornalista Lúcio Flávio Pinto no JP.

Por favor, Prof. Paulo Weyl, mais uso da razão e menos emoção!!!
Acalme-se.

Anônimo disse...

Ora bolas, como eu vou manter um empregado na minha casa se ele é contra meus interesses ?

Anônimo disse...

Ou seja, liberdade só fora de casa (no caso, para escrever a palavra correta, fgora do jornal, da TV, da rádio, da mídia, enfim).
Da porta pra dentro, esse papo de liberdade de opinião não é com a mídia.
É isso mesmo?
Olha, eu não posso conceber farisaismo maior.
Essa ética pública não é nada republicana. Mas a era tucana já preanunciava isso com o Ministro Ricúpero, quando afirmou: "o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde".
Em nome dessa lógica, escondiam as maracutais e amordaçava-se o Ministério Público e a Polícia Federal, inviabilizando a livre ação dessas instituições.
Claro, quando interessava ao poder, a ação desses órgãos era livre e incentivada, como é o exemplo do desmonte da candidatura Roseana Sarney, para favorecer Serra. No mais, sequer combate à currupção havia (lá e aqui, onde o chefe do MP era Secretário do Governo, que, de resto, nomeou a mulher do chefe do MP para Desembargadora).
O anônimo ai das 08.03, todavia, matou a charada, a mídia é mesmo a 'casa' e nem dá para imaginar a ética em que formam os seus e mediante a qual tentam influenciar a sociedade inteira.

Anônimo disse...

Meu 'amigo' anônimo.

É bom abrir o coração e em especial a mente. O ódio (e a verdade) está ai, espumando nas tuas palavras.

Eu indicaria umcurso de leitura, mas isso pode parecer grosseiro demais. Eu não disse que a demissão da Dra. Maria Rita Kehl justifica o controle social. Eu manifestei a opinião de que essa dispensa mostra a existência de um controle social (do capital). Se achas que não, diga por que?

É trágico isso anônimo, essa incapacidade para o diálogo. Mostra que Gademer tem razão e que Habermas está equivocado, nesse particular.

É essa incapacidade que conduz o sujeito a ressignificar o texto a partir de seu próprio desejo. Imaginas e queres que tenha falado uma coisa, então reafirmas a tua imaginação, porque, afinal, estas 'dialogando' com tua própria face.

Amigo, o diálogo pressupõe o outro em sua inteireza, o que inclui o cuidado de observar a sua fala.

Ainda assim. me alegra observar que minhas opiniões despertaram o teu prazer pelo espelho.

De qualquer forma, obrigado.

Bom dia!

PS. Outra vez, aconselho a ler Gore Vidal, sobre a imprensa livre americana.

Anônimo disse...

Gore Vidal é esquerdista, como tu és provavelmente, anônimo das 10:58. Aliás, é forçoso admitir que a esquerda convive mal, muito mal, com o contraditório, sempre conviveu.

E, para ir um pouco mais longe no caso vertente, falta ao presente blog publicar a versão do jornal O Estado de São Paulo, que pode ser obtida no blog do Noblat; isto permitiria o contraditório e o debate honesto.
Mas a jornalista, que edita o presente blog, declarou-se fã da psiquiatra demitida e não sei por que esqueceu de publicar a versão do jornal...

Sem contraditório, amigos, não há, vamos ser francos, debate honesto.

Anônimo disse...

Prezado Anônimo (ou será o Prof. Paulo Weyl?) das 10:58,


O que é que Gadamer e Habermas - este último notório defensor da ampliação da Esfera Pública - diriam do uso desavergonhado da máquina pública em favor de uma candidatura oficialista, como Lula fez naquela triste reunião com os aliados em palácio?
Por acaso, "o bom ditador", a quem admiras, não pode se sujeitar à lei?
O que a imprensa (capitalista? que coisa mais antiga!)tem a ver com a realização daquela reunião?

Vamos lá, responde, intrépido pensador!!!

Quanto ao Gore Vidal, esqueça. Prefiro ficar com os Pais Fundadores e com Tocqueville.

Anônimo disse...

Isso mesmo,.
Viva a TFP!

Anônimo disse...

Desde quando os Pais Fundadores e Tocqueville têm algo em comum com a TFP!?

Vá estudar e se informar, Anônimo das 19:15!!!

Anônimo disse...

Pelo teu chiste, Anônimo das 19:15, teu modelo de imprensa livre deve ser o cubano, cujo único jornal que circula é o Granma, um jornalão pesado, amorfo, praticamente um diário oficial.

Anônimo disse...

Ei maninho federalista
^Tu não achas incômodo ser pautado pela TFP e pelo moralismo homofóbico?
Ou te cai bem essa capa?

Anônimo disse...

Anônimo das 10:51:

Vc ainda está de ressaca do almoço do Círio?

Anônimo disse...

a capa cai bem!

Anônimo disse...

A "capa" da hipocrisia é usada para tentar estigmatizar e/ou anatematizar os que criticam um governo corrupto como o do "Cara", que sequer consultou o próprio partido para apontar quem o sucederia (partido democrático faz primárias e não apenas segue o dedo indicador do seu líder). Isso é caudilhismo e é uma das razões óbvias para o atraso político da América Latina.

Agora, a Dilma, coitada!, posa de vítima de homofobia - no que é seguida por alguns incautos como o Anônimo das 17:17 - e se converteu em carolinha (hoje foi rezar em Aparecida! Huummmmm!).

Mais dois ou três debates televisivos serão suficientes para desmascarar a farsa que ela é.

Da quebra dos sigilos fiscais dos oposicionistas, dos quarenta ladrões do Mensalão, dos dólares na cueca, dos esquemas de apropriação privada da Administração Pública pela Erenice Guerra, etc., tudo isso deixará um rastro que irá, aos poucos, provocar o que alguns já perceberam - o descrédito total do PT como legenda (na verdade, o PT já acabou, o que sobrevive é o lulismo) e sua perda gradativa de poder (embora tenha aumentado a bancada no Congresso, perdeu as eleições nos principais Estados da Federação - Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e deve perder no Pará e Goiás; a exceção foi a Bahia de Jacques Wagner e o Distrito Federal, mas nada que se compare aos outros Estados acima citados).

Não é à-toa que a pesquisa Datafolha, divulgada hoje, mostra que a Dilma vence Serra somente no Nordeste, a região mais pobre do Brasil (e provavelmente a que tem a população mais dependente do Bolsa-Família), e entre os que ganham menos (entre os de nível superior, Serra leva franca vantagem - por que será? Ah, já sei: os tucanos governam para os ricos! Eheheheh!!!).

No passado foi assim com a Arena e o PDS, que, na fase de declínio, só venciam no Nordeste. E agora vai acontecendo com o PT.

Anônimo disse...

Olha o ódio ai.
No passado foi assim também, o ódio da família com Deus, dirigido pela medieva TFP, na cruzada nacional contra a corrupção e a esquerda.
Depois, foi o que foi. A história ainda é bem recente. Quem não quer esquecer, lembra.
A campanha moralista-religiosa-fundamentalista, se espalha pelo Brasil. E uns desinformados ai resolvem dar uma versão intelectual para disfarçarem a direção golpista que seguem.
A capa, relamente, lhe cai bem, muito bem!

Anônimo disse...

Bem,
O que tens contra o nordeste? Achas que o nordeste é essa terra do atraso.
E, como os tucanos, tem mente pequena, para compensar o bico longo, que o impede a ver um palmo.
Se consegues ler mais que uma linha e chegas até aqui, saiba que Rio Grande do Sul, não é nordeste, e lá o PT ganhou. Saiba que Minas Geraes e Rio de Janeiro, como Espírito Santo, não são Nordeste, e lá a Dilma ganhou.
Sabe o que é ruim do preconceito, é que ele não combina com os fatos. Teu preconceito contra o nordeste o impede perceber que a Dima, essa extraordinária frente de unidade politica por ela capitaneada, ganhou no Brasil, como te impede de ver que o nordeste é Brasil.