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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A quem interessar possa: Eliza Samudio é a vítima

Essa história do goleiro Bruno do Flamengo é tão trágica que qualquer palavra sobre o assunto parece meio fora do lugar. E o que dizer sobre as dezenas de piadas que se propagam nas redes sociais sobre o assunto?
Embora de mau gosto, até entendo que diante de tantos detalhes macabros, as pessoas fiquem meio anestesiadas e busquem no humor uma forma de elaborar o choque.
O que não entendo mesmo são aqueles que tentam encontrar, nas atitudes de Eliza Samudio, a justificativa para o que aconteceu, como se elas pudessem existir.
Os fatos são: Bruno e Eliza tiveram um relacionamento que resultou em um bebê. Até esse momento não há culpados ou inocentes. Os dois eram adultos e responsáveis por seus atos.
A partir do momento em que Eliza foi seqüestrada e morta, ela tornou-se vítima e Bruno e seus comparsas, criminosos.
Não há meio termos.

12 comentários:

Tiago Chaves disse...

Olá Rita!!
Resolvi comentar pela primeira vez no seu blog, justo nesse assunto, por conta de alguns tweets meus.
Concordo em gênero, número e grau que as atitudades de Eliza Samudio não são justificativa para o que aconteceu.

Foi um crime brutal, desumano e que merece ser punido na forma mais rigorosa que as nossas leis estabelecem.

No entanto, agora já falando das piadas que você mencionou, realmente de mau gosto, não vejo porque criticar tanto os que estão fazendo isso. Como você falou, pode ser uma forma de escape, ou simplesmente uma falta de sentimento maior com a dor alheia.

Isso sempre existiu, não vejo porque condená-los como se fossem de acordo com o acontecido. Como falei no twitter, piadas de humor negro sempre existiram, seja ela menos "ácida", ou não. (claro q entendo quem não gosta do tipo de brincadeira, por não ser nada ética, mas sempre tem quem goste - e estes são muitos)

Condenados devem ser os responsáveis pelo crime e criticados aqueles que defendem os culpados (que ainda não foram julgados).

No mais, abraços e qualquer dúvida com o blog, entre em contato ehehehe

RS disse...

Tiago querido, até que enfim, uma visita à casa que ajudaste a construir. E então, estou fazendo bom uso (rs)?
Não gosto das piadas sobre o caso Bruno, mas entendo que o humor é um mecanismo de defesa. Como disse o que não aceito mesmo é tentar culpar a Eliza pelo que ocorreu. Isso é resultado do machismo que sobrevive entre nós.

Bjus e volte sempre.

Sonia Zaghetto disse...

Concordo inteiramente, Ritinha. Piadas de mau gosto são inaceitáveis (há muitas formas de escape), mas está além do inacreditável usar a história de vida da moça para justificar esse horror. Parabéns pelo post.

Sílvia Sales disse...

Rita querida.

Você está corretíssima. Infelizmente, há tanta gente que brinca de forma grosseira e inaceitável com esse tipo de tragédia. Lamentável!!!!
Sonia Zaghetto, beijo grande pra ti. Saudades.

Anônimo disse...

Pará, terra de direitos!

Ideb, somos os últimos. Trabalho escravo, somos os primeiros!

Anônimo disse...

Rita, tens enorme razão!
Aliás, nenhum caso do tipo Bruno merece esse tratamento - seja para escapar do choque, seja principalmente por humor negro. É uma estupidez. E não é porque se trata de criminosos e pessoa que levou a vida que levou (Eliza), que mereçam os comentários desairosos.
Se adicionássemos à leitura do Caso Bruno (e de tantos outros com o mesmo grau de violência – lembremos do Caso “Izabela Nardone” do Caso “Irmãos Novelino”) uma dose de sentimento cristão, haveríamos de ter compaixão de Eliza Salmúdio, Bruno e demais, afinal, todos são Filhos de Deus. De Eliza, por ter sido vítima de gestos tão estúpidos quanto desumanos, e de seus algozes; também de Bruno por ter chegado aonde chegou, numa combinação de fatores humanos que passaram, certamente, pela carência de educação, que ele compensou compensou com o dinheiro fácil do futebol. Há de se ter pena dele por ter perdido a razão; ter valorizado o prazer e desprezado a moral (e qual moral não carrega sua carga de “cristianidade”?); ter experimentado a soberba, a prepotência e faltado com a humildade. E por ser ignorante! Tenha-se compaixão dos demais acusados do crime porque ímpios, todos de alma igualmente carentes. O Evangelho é rico, riquíssimo de mensagens que, se não quisermos tomá-las como catequéticas, servem para autoajuda, para formar o caráter, refinar os comportamentos, lapidar as atitudes absolutamente humanas (Leiam o Livro do Eclesiastes e o Livro do Eclesiástico, no mínimo são excelentes regras de autoajuda); ter amor pelo semelhante. Tudo que leva o ser humano a ter respeito pelo direito dos outros, seja a simples atitude de não furar a fila na porta do estádio ou do banco, seja por respeito à própria vida e, principalmente, pelo dever de obedecer ao Primeiro Mandamento: “Não Matarás”. É do Evangelho de São Mateus (22.37:40) que se pode retirar a melhor síntese de tudo isso: "Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.37-40).
Basta isso para compensarmos a centralização do mundo no homem, simplesmente. Talvez o excesso de auto-estima (já viram como se usa o automóvel, agora verdadeiro instrumento de prepotência no trânsito, incluindo as caixas de som?) - explicada pela psicologia humanista (“todos nós nascemos bons, a sociedade é a culpada...") tenha contribuído, na falta de melhor compreensão da vida por meio do respeito aos direitos pessoais e alheios, do amor e da moral – para levar o homem à última conseqüência do ego. Perdemos a medida de todas as coisas? A Bíblia nos ensina que foi o ego exatamente que disparou a cobiça do homem pelo Jardim do Éden. Nada contra o prazer, a satisfação, o conforto. Deus não criou o homem para sofrer, mas para ser feliz! Porém segundo a Sua Lei. A questão foi que o homem esqueceu essa Lei e se reduziu ao amor-próprio, a auto-estima, a auto-realização e auto muitas coisas mais..
Experimentados por pessoas como Bruno (e a própria Eliza, levando a vida que levou de aventura, de prazer, sexo nada gratuito e baladas) são sentimentos que fazem o homem perder a fé, a razão e a moral. O resultado é explosivo, sempre!

Anônimo disse...

Rita,
se você não leu, recomendo "Lendo Lolita em Teerã", da iraniana Azar Nafisi. Sob o aiatolado, ela comenta em aulas secretas, com suas alunas, "Lolita", de Nabokov, e demonstra como a pequena vulgar e comum, apontada como ninfeta, é, na verdade, a grande vítima - teve a vida destruída e a infância roubada. Eliza é semelhante a Lolita: uma pequena comum, arrastada a um tipo de vida (veja a ficha do pai dela) que é assassinada apenas pelo fato de ser mãe... e cuja memória está sendo roubada, também.
Dez pra você.
Ana Diniz

Marta Brasil disse...

Apesar de já ter visto de tudo, ainda fico chocada com comentários como esses que vimos sobre esse caso escabroso e lamentável, onde todos perderam. Amiga, sempre acertando nos seus posts. Beijo grande e Parabéns, de novo!!!!!
Ei, Silvia, vamu beber? Adonde?

Carla disse...

Rita,

Tudo o que envolve este crime é surreal. No depoimento de atletas do flamengos no horário nobre da globo um teve a coragem de afirmar: Pôxa um profissional tão eficiente vai fazer falta ao time;
bruno;
Pô assim vai vai ficar difícil de participar da copa de 2014.
pode? Alguem tá fora da real, mas não sou eu!

Carla Vianna

Anônimo disse...

Não se deve culpar a vítima, é claro. Mas deve-se tirar desse caso escabroso alguma lição útil. A primeira delas é que esse mundo de "celebridades" não é tão glamouroso assim. Gente como Bruno, Adriano, Lover, não são princípies encantados, não são Botos Cor de Rosa, são gente muito perigosa, que acha normal manter amizade com traficantes e criminosos e presenteá-los com motos e grana. As garotas que fazem tudo para deles se acercar precisam saber com quem estão se metendo e o risco que correm. Tomara que não haja logo logo uma outra Eliza Samudio por aí.

Anônimo disse...

Não sei se vc concorda, mas a ida de bruno para Belô, deu um combustível novo ao caso. Em outubro do ano passado, quando ela o denunciou por forçar o aborto, nada foi feito no Rio. Só agora, na terça-feira, que o MPE de lá ofereceu denúncia. Aí foi tarde: Eliza (e não Inês) é morta.

Anônimo disse...

Sou mulher, mãe, e tenho sentimentos, e Deus comanda minha vida. Fico indignada qdo. leio e epercebo que a vítima Eliza, está se tornando ré, pelo q dizem de seu comportamento.Se realmente Bruno fez com q a matassem ,ou ele ou esposa dele a matou, que cumpram suas penas q deveriam ser perpétuas.Será q foi por causa do dinheiro(pensão) q aconteceu tudo isso? Pensão é o juiz quem determina. Salomão disse: Onde está o teu tesouro estará seu coração.E é verdade. Abraços e n nos esqueçamos (todos)que temos filhas,netas,irmãs.ELIZA É VÍTIMA NÃO A RÉ.