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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ana Júlia e a aliança com o PDT

Não é de hoje a avaliação do blog de que o amplo espectro ideológico (sim isso ainda existe) dos partidos da “Frente Popular Acelera Pará” poderia resultar em conflito ao longo da campanha.
Falta, a alguns aliados, afinidade com o PT e com as bandeiras que este ainda defende mesmo que sem o mesmo vigor de antes.
A aliança, em alguns casos, se deu em base pouco-sólida.
Não estão em jogo um programa de governo ou um projeto de Estado, mas tão somente cargos e estrutura para a campanha.
É o caso do PDT que nacionalmente tem uma cara mais para a esquerda, mas no Pará, se firmou como o partido que representa grandes produtores rurais, em constante conflito com movimentos sociais, ainda a principal base de apoio do PT.

No dia da convenção petista, questionei a governadora Ana Júlia Carepa sobre essas costuras. Ouvi hoje a gravação da entrevista e achei que deveria compartilhá-la com os leitores do blog:

Como o PT conseguiu reunir numa coligação tantos partidos tão diferentes?
Nós governamos sempre com democracia tratando as prefeituras em todo Estado do Pará com respeito, de forma republicana Repassamos recursos para a saúde para todas as prefeituras, repassamos máquinas e equipamentos.
Isso construiu uma relação de confiança forte com os partidos políticos. Independente de diferenças, e elas existem, tanto que temos vários partidos, conseguimos que todos compreendessem que o nosso governo é que tem a capacidade de fazer o Pará avançar

Questionei Ana Júlia especificamente sobre o PDT, legenda que em minha opinião mais se distanciava do PT, justamente pelos interesses que representa no Estado:
O PDT faz parte da base de apoio do governo federal. No Pará, ninguém avançou mais numa concertação (sic) social que o nosso governo. Diminuímos a violência no campo e, ao mesmo tempo, demos condições de regularização fundiária como zoneamento ecológico econômico; regularização ambiental com o cadastro ambiental rural. Diminuímos o valor da terra nua, dando condições do produtor, seja pequeno ou médio, até 2,5 mil hectares, de se regularizar. Nós respondemos às demandas do campo. Hoje é o nosso governo que tem condições de juntar o interesse dos pequenos trabalhadores no campo com o interesse dos grandes. Terra existe para todos. Não precisamos de mortes no campo, nem de violência no campo. Nosso governo mostrou isso.

P.S Após a entrevista, Ana Júlia seguiu para a convenção dos PDT que acontecia numa sala ao lado, no próprio Hangar Centro de Convenções. Lá, de mãos dadas com Giovanni Queiroz, repetiu o discurso.

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