Comecei a cobrir o governo de Ana Júlia Carepa em março de 2009. Observei logo que para a maioria do seu staf - incluindo gente da assessoria de imprensa - jornalistas eram como uma praga que deveria ser mantida à distância.
O sentimento é de que qualquer entrevista, mesmo sobre assuntos positivos, tinha objetivo de desestabilizar o governo.
E verdade que Ana Júlia sofreu ataques (alguns gratuitos) da imprensa nos primeiros meses de administração, mas é óbvio também que essa postura não ajudava.
Sem entrar no mérito dos interesses político-partidários da grande mídia, no chão da fábrica, repórteres querem mesmo é dar informações corretas. Afinal têm nome a zelar.
Nos últimos meses, tenho observado uma abertura maior do governo. Alguns podem dizer que é o fator eleição. Pode ser também resultado de termos agora na Secretaria de Comunicação um homem de redação.
Sem demérito ao ex-secretário; professor Fábio Castro, por quem tenho grande respeito; acho que o fato de o Paulo Roberto conhecer, por dentro, a engrenagem das redações pode ter ajudado a melhorar o trânsito de informação.
Louve-se também a postura do secretário de Governo, Edílson Rodrigues, e a mudança de atitude na Casa Civil após a chegada de Everaldo Martins.
Eles parecem saber muito bem que transparência é vacina, não veneno para os governos.
Ainda há pontos de bloqueio e muita coisa a melhorar, mas não deixa de ser um começo.
Postado às 08h36
Volto à tarde
5 comentários:
Um pouco tarde para um começo, você não acha?
Falo em começo do ponto de vista do aprendizado para este governo e talvez para o próximo, caso a Ana Júlia seja reeleita.
A importância de comunicar com o povo não era percebida anteriormente. Ou achavam que para isso bastava fazer referências ao presidente Lula. Hoje vemos a quantidade de obras, pricipalmente sociais, que o governo realizou. Obras como o Navega Pará por exemplo que atua nos principais campos sociais como saúde, educação e segurança.
Sabendo trabalhar a informação, a aceitação da Ana Julia e do seu governo com certeza vão melhorar mais ainda.
Correto Abilio.
Sem comunicação não há construção de marca.
Não posso dizer o mesmo, minha cara Rita. O Paulo Roberto, por quem sempre tive respeito, é uma decepção como chefe da Comunicação Social do governo. Até agora só recebi dele o silencio em assuntos relevantes e desconfortáveis para o governo. Por dever de ofício tenho sido contido em aceitar esse tipo de postura. Até quando, sinceramente, não sei. As pautas inoportunas - para o governo, é claro- são decorrência de um trabalho jornalístico em que ouvir o outro lado é fundamental. Não retornar ligações ou dificultar o acesso ao esclarecimento dos fatos são atitudes lamentáveis. O governo da Ana Júlia tem agido assim. O Paulo Roberto é apenas uma peça dessa engrenagem governamental. Engrenagem burra e arrogante, aliás. Se essa é uma orientação de governo e eu estivesse no lugar do Paulo sem concordar com isso teria pedido demissão há muito tempo.
Carlos Mendes
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