Nos últimos dez dias, João Victor, cinco meses, prematuro, esteve em cinco médicos diferentes. A pediatra dele que o atendeu, antes de sair de férias, diagnosticou uma gripe e passou remédios para tal.
Sem que ele melhorasse, voltamos domingo à emergência da Unimed. O pediatra de plantão mandou fazer um aerossol no hospital mesmo e disse que continuássemos os remédios passados pela pediatra.
Ontem, João acordou ainda pior. Voltamos à Unimed. Outro pediatra de plantão. Olhou com cara de nojo para a receita que tínhamos em mãos e disse que ali, daquela imensa lista, apenas um remédio prestava (palavra dele).
Nos tratando às patadas, como se tivéssemos culpa pelo que considerava um erro do colega que nos atendera antes e como se estivéssemos a pedir um favor absurdo, o médico explicou que se tratava de uma bronquiolite. João passou o dia fazendo aerossol de hora em hora e tomando soro.
O momento mais tenso da consulta foi quando perguntei ao médico se deveríamos ter um equipamento de aerossol em casa, já que o João estava indo frequentemente à emergência fazer esse procedimento.
Quase aos berros, o pediatra disse que médico não indica esses equipamentos, que ele nem sabia quais as marcas existiam.
Expliquei que queria apenas saber se era necessário a aplicação e como deveríamos agir. Com toda a calma do mundo, disse que não era médica e que por isso o tinha procurado. Queria que ele me explicasse tudo com muita paciência.
Mais calmo, o médico falou que, no final do dia, quando João deixasse o hospital, me indicaria os remédios a serem usados no tal aerossol e outros para tratar a bronquiolite.
Na hora de sairmos, contudo, já estava de plantão uma outra médica. Mandou-nos manter parte da medicação anterior e acrescentou um novo remédio.
João pareceria melhor, mas hoje piorou. Voltamos ao quinto pediatra (já que a médica dele está de férias e não confiamos mais nos profissionais que nos atenderam nos plantões da Unimed).
A nova pediatra mandou suspender tudo que fora recomendando antes pelos colegas. Disse que o remédio passado ontem na Unimed tinha provocado a piora do João porque era um vasoconstritor (não sei quais as implicações disso).
João agora mal consegue respirar, não come e chora o tempo todo. A temperatura dele caiu. A médica quis saber se estávamos fazendo o aerossol em casa e enfim explicou como usar o aparelho. Disse que ele é essencial para melhorar o estado geral da criança, ajuda-lo a respirar.
Se é assim, por que o médico de ontem não nos receitou esse procedimento e ainda me tratou tão mal quando toquei no assunto?
A médica de hoje disse que, até segunda, o João estará melhor
O que me impressiona é que os médicos consultados não nos ouviram, não responderam às nossas dúvidas. Nos trataram como idiotas. O João tem pequenas melhoras para em seguida piorar. Cada um contesta o remédio passado pelo outro e nos olha como quem diz “essas idiotas seguindo a orientação de um otário”.
Vamos tentar o que esta última pediatra passou. Pelo menos estamos fazendo algo novo, cheios de esperanças e tentando confiar que os remédios passados hoje não estejam errados e possam resolver.
Postado às 17h44
14 comentários:
Benvinda àqueles que tomam sustos pela Unimed. Em dois momentos no ano passado, meu filho de 05 anos foi atendido no 1º caso com suspeita de meningite depois de sete dias internado na UNIMED, resultado final amigdalie. Segundo caso inernado com suspeita de apendicite internado por mais sete dias, resultado in fecção intetstinal. Hoje antes de irmos à Unimed tentamos os remédios caseiros antes de passar outro trauma.
Certamente esses erros ocorrem, não por imperícia, mas por negligência. Os médicos perderam a capacidade de ouvir os pacientes. A gente ainda está falando dos sintomas e eles já estão com a receita pronta. Também acham que, nós os leigos, somos idiotas, nos menosprezam e não levam em conta o que dizemos.
É por causa deste tipo de profissional, que a Medicina é cada vez mais mal vista. E muitos paguem pelo comportamento de poucos.
Um absurdo que isso tenha acontecido com vc. Sou pai, médico e já tive 2 filhos na idade do seu sobrinho. E mesmo assim, também já passei por isso, (quando então, tomei o cuidado de não me identificar como médico, na melhor intenção de deixar o colega à vontade). Levei meu filho menor a um consultório particular de um oftalmologista. Quando vi a maneira que ele imaginava que iria nos tratar, resolvi então, "dar a carteirada". Impressionante como tudo mudou.
É mesmo uma pena que a má prática de alguns nos cause tanta vergonha. Não importando se saúde pública ou privada, tal comportamento é inaceitável.
Abs e boa sorte com o João Vitor.
Multiplique isso por dez se for no serviço público, sem generalizar.
Carlos, sei que muitos pacientes já chegam ao médico dizendo que remédio querem tomar e como. Tenho um irmão médico que sempre comenta essa postura em tom de brincadeira, então tomo cuidado para não agir assim. Procuro deixar o profissional fazer o trabalho dele. Tudo o que peço é para ser tratada como gente e informações sobre como agir. Não entendo porque isso possa ser tão difícil.
Os médicos se acham Deuses e nós pobres mortais somos tratados assim mesmo, como vc descreveu. Meros idiotas.
Procure um médico mais maduro, que não faça muito plantão. Nesses pronto atendimentos existem casos muito graves e uma simples gripe eles tratam como nada, daí o paciente também é nada, a família do paciente também é nada.
Vá a um consultório fora do pronto atendimento, ou aconselhe-se com a tia mais velha ou a avó.
Rita querida, pelo e-mail mando-lhe o celular da melhor pediatra do mundo pra cuidar, se vc quiser, do bebe mais fofo do planeta.
Ela é jovem mas cuidou da bronquite crônica do meu filho mais novo, hoje com 25 anos, com acessos de asma na infãncia, que nos faziam correr ao hospital dia sim, outro também.
E cuida da minha neta, filha do filho mais velho. Confiança maior eu não posso atestar de outra forma.
Beijão.
Bia obrigadíssima. Mande mesmo que eu ligarei. O João teve que voltar para o hospital. Não estava respirando direito nem consegue comer
1-Rita, mande este post em forma de carta para a direção da Unimed e do Pronto Socorro onde a criança foi atendida, acrescentando os nomes dos pediatras. E depois de uma semana publique aqui o resultado da sua iniciativa, por favor.
ESse assunto é de interesse público.
2-Há uns 10 anos, a ginecologista que me atendia em Belém, pelo plano Unimed, não aceitou um exame feito no laboratório da Unimed. Ela disse que não confiava nos resultados dos exames feitos na Unimed, fiquei pasma afinal ela era médica credenciada da Unimed. Na época não mandei carta pra ninguem, nao agi, mas me arrependo.
Porque o preço de uma consulta médica pelo convênio equivale ao faturado por um flanelinha no mesmo período. Então, médicos não mais examinam pacientes, e têm antipatia por seus clientes. É daí pra pior. A medicina está se degradando. E é uma farsa pagamento de consulta médica via convênio. Ou se paga uma consulta particular, ou o atendimento é esse ou pior. É claro, outros fatores também interferem na atitude do médico, mas esse é o principal.
anônimo das 18h44 essa sua justificativa não convence. Quer dizer que a sua empregada doméstica tem obrigação de ser relapsa porque ganha um salário mínimo. Pense bem nessa sua justificativa.
anônimo das 15:18 não dei justificativa nenhuma. Forneci uma causa. Se é justo ou não, é outra história. O fato é que um profissional com um nível de qualificação de um médico não atende bem (isto é, não faz uma consulta de aproximadamente 1 hora de duração, por exemplo) por 30 a 45 reais. Isso é fato. Se é justo, procure estudar sobre o assunto e fazer seu próprio julgamento!
Cara Rita,antes de mais nada parabéns pela coluna.
Sou cliente unimed e solidário a você.Recebi tratamento igual ou pior ao dado ao seu sobrrinho quando de minha ida com meu filho a unimed batista campos.Os médicos que recebem mais de R$800,00 reais por plantão de 12 horas recebem a seus pacientes com uma grosseria como se estivessem prestando um favor.Precisa um maior número de denúncias como as que você fez para a diretoria da unimed tomar as providências devidas.
atenciosamente,
max
Prezados Senhores
Saudações
Peço licença pela "invasão" de privacidade, mas o assunto é de interesse dos médicos.
Decidi fazer algo mais produtivo e útil à população e aos médicos. Desenvolvi uma plataforma de serviços, gratuita aos médicos, após 5 anos de trabalho e inúmeras dificuldades superadas. Solicito, por gentileza, a divulgação do Portal Saúde Direta (http://www.saudedireta.com.br) aos nossos colegas médicos, pelas razões que se seguem:
Acredito que poderá contribuir, e muito, para o bom exercício da medicina. É uma sistema ético, gratuito, bastando o médico se cadastrar e usar. É exclusivo para os médicos. Apresenta diversas ferramentas como Prontuário Eletrônico de Pacientes, identificação de interações medicamentosas on line, banco de dados de medicamentos, formulários, e outras funcionalidades que serão implementadas com o decorrer do ano, como diretrizes médicas, guidelines e demais ferramentas de apoio aos colegas médicos. Tenho plena convicção da necessidade destas ferramentas de auxílio aos médicos, neste sistema caótico de medicina no Brasil, onde o elo mais fraco e desamparado são os médicos.
É minha modesta contribuição para ajudar os colegas médicos, melhorar o atendimento médico e, como resultado, salvar vidas de pacientes.
Atenciosamente
Paulo Freire
CREMESP 44079
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