Recomendo, para este domingo, o filme Rope (em português, Festim Diabólico) de Alfred Hitchcock. Há muitas análises possíveis para os personagens. A mim, o principal deles faz lembrar do conceito de perversão, um tipo de psicopatologia descrita pela psicanálise .
A perversão é caracterizada pela ausência total de culpa, resultado da falta de empatia com o semelhante.
O perverso é aquele que atende aos desejos de infringir regras de convivência básicas (falsificar documentos, roubar, matar, etc). Esses desejos estão presentes, mas são - saudavelmente (graças a Deus) - não realizados em muitos de nós.
Tememos a conseqüência, diferente do perverso que não teme a ninguém porque não se importa com o que poderá acontecer. E, por sua habilidade em lidar com o mal, em geral, consegue sair ileso.
O perverso se orgulha dos atos de maldade e de sua habilidade para safar-se. Gaba-se de suas atrocidades e sua única frustração é não poder assumir publicamente seus crimes como faz um artista ao assinar uma tela.
O perverso finge acomodar-se às regras, mas, internamente, goza ao desafiá-las.
É capaz das maiores atrocidades, sem culpa ou vergonha.
Para o perverso, nenhum mal cometido é passível de arrependimento, o que o torna um ser altamente perigoso.
Nenhuma patologia gera tanto mal quanto a perversão
O perverso sente prazer ao fazer o mal. Goza com a angústia e terror alheios.
Como apelar para o bom senso de alguém com essas características?
Os que, do perverso, exigem reparação ou confissão de culpa só encontrarão a frustração.
Tentar identificar sinais de culpa ou exigir reparação destes seres será uma tremenda perda de tempo.
Ah! a sinopse do filme está aqui
Um comentário:
Rita,
Este perfil psicológico descrito, me lembra um ser que governa esta cidade desde 2005. E ainda presenteia autoridades com garrafas de vinho...E assim, continua assinando as sua atrocidades perversas.
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