Recebi do publicitário Chico Cavalcante e-mail com algumas considerações sobre comentários feitos no post “Chico Cavalcante diz que a Link foi responsável pela derrota de Ana Júlia”
Publico na íntegra
Rita,
Em respeito a você e aos seus leitores que não se ocultam no anonimato, vou responder pontualmente aqui algumas das questões levantadas por comentaristas anônimos e que procuram, de um modo ou de outro, minar o debate para turvar os fatos ou gerar confusões que buscam me antagonizar com terceiros. Não voltarei mais a esse espaço para tratar desse tema.
1. Sim, EU FIZ a campanha de Ana Júlia em 2006. Tenho todos os recibos de pagamentos assinados pelo diretor de finanças da campanha, o hoje deputado Edilson Moura, que atestam minha atuação na campanha. Posso esfregar carinhosamente esses recibos na cara de quem quiser. PH era o coordenador POLÍTICO de comunicação, como o Aldenor Jr era o coordenador POLÍTICO de comunicação nas campanhas do Edmilson Rodrigues de 1996 e 2000. As pessoas confundem as funções, o que é perdoável em um leigo.
2. Eu NÃO fiz a campanha de Ana Júlia ou de Paulo Rocha em 2010. Nem de rua, nem de impressos, nem de TV, nem de rádio. Nada. Fui vetado expressamente pela Link, que atuou como dona da campanha. Fiz, SIM, a campanha de proporcionais. Não procurei "humildemente" Paulo Heineck para lhe pedir favor algum, nem antes nem durante a campanha.
3. Em 2010, além da campanha de proporcionais no Pará, fiz consultoria para a campanha de Fátima Cleide em Rondônia (candidata ao senado) e a campanha de governo de CAMILO Capiberibe, no Amapá, onde trabalhei ao lado de Fábio Castro, Sérgio dos Santos, Vicente Cecim, Walter Jr, Gaspar e Moisés Magalhães. Perdi em Rondônia, ganhei no Amapá.
4. Não me propus naquela entrevista a fazer avaliação de governo. Não me cabe. Faço marketing político. Eu não governo. O que avalio e avaliei foi a performance do marketing da campanha. O objetivo do marketing político não é vencer eleição, mas fazer com que o cliente saia do pleito melhor do que entrou e esse objetivo não foi cumprido por quem fez o marketing do PT no Pará. Eu não disse em lugar algum que se eu tivesse feito a campanha Ana Júlia teria vencido; disse e repito que se eu tivesse feito não cometeria os mesmos erros que foram cometidos. Ora, se Dunga não estivesse no comando da Seleção Brasileira teríamos vencido a Copa do Mundo? Jamais saberemos. A história só se repete como farsa.
5. É ridículo dizer que minha entrevista ao Diário do Pará foi matéria paga. Nenhum jornal digno do nome admitiria colocar em suas páginas uma entrevista assinada por um de seus repórteres e que, na verdade, é uma matéria paga. Nem a jornalista aceitaria assiná-la nessa condição. Se eu tive espaço é porque não sou anônimo; os responsáveis pela editoria de política do jornal acharam que o tema e o entrevistado valiam gastar uma página na edição de domingo com isso. Matéria paga vou fazer em breve no Caderno Negócios, para informar a criação uma unidade exclusiva de consultoria em marketing político para qualquer legenda ou mandato, assim como tenho uma unidade exclusiva de varejo.
6. Respeito a opinião do jornalista Miguel Oliveira e não nutro por ele qualquer ranço pessoal, que parece turvar sua análise sobre minha opinião publicada no blog e no Diário. Dizer, por exemplo, "Chico mente" é excessivo. Eu não menti, apenas manifestei uma opinião da qual ele discorda. Minhas avaliações acerca dos resultados de Santarém são todas baseadas em pesquisas bimestrais que realizamos ali de maneira contínua. É uma série histórica. Talvez estejam erradas. Mas não são opiniões aleatórias. Nem mentiras. Essas pesquisas são as mesmas que ajudaram Maria a vencer as duas últimas eleições ali. Para que se entenda de uma vez por todas: sou um profissional fazendo o meu trabalho e não um torcedor torcendo por meu time. A eleição de 2012 acontecerá só em 2012 e tentar ganhá-la de véspera é um risco que não recomendo.
7. Mente, isso sim, quem diz que orientei o marketing do governo de Ana Júlia. Nunca fiz isso. Nunca dei "a linha" para a comunicação do governo. Nunca fui convidado para isso. Muito pelo contrário: fui convidado a não opinar quando insinuei uma orientação. NÃO tive nesse governo o papel de marketeiro, de orientador da linha geral de comunicação ou mesmo de consultor ou conselheiro. Minha agência participou de uma licitação pública, se classificou em segundo lugar no certame e fez publicidade para o governo a partir da demanda da Secom, como todas as outras fizeram, assinando cada peça que era produzida. Minha relação com a Secom foi puramente institucional e não me queixo disso, apenas não posso admitir que mintam a esse respeito.
8. Sem entender o papel real do marketing político na atualidade não compreenderemos como Dilma se tornou presidente do país sem nunca ter dirigido nem um Grêmio Livre. Marketing político é manipulação de uma caixa inteira de ferramentas científicas, da psicologia comportamental à sociologia aplicada. Não é tarefa para amadores. Não é tão simples como "vender o candidato como sabonete", como disse alguém no seu blog. Os sabonetes não mudam de cheiro ou de forma, não expressam opinião, são inertes a olho nu. Candidatos não. Mudam, falam, erram, representam grupos de interesse. Por isso o marketing político é outro marketing, diferente do marketing comercial: porque o seu objeto é distinto. É trabalho de especialistas, ausentes da campanha do PT no Pará em 2010. Dizer que a comunicação do governo não cumpriu a tarefa e por isso se perdeu a eleição é uma tergiversação. Não leva em conta que apenas no primeiro turno o PT teve aproximadamente 180 inserções de trinta segundos distribuidas em 8 semanas e mais dois programas de 7 ou 8 minutos a cada dois dias. Governo algum tem tanta mídia concentrada. É um canhão de mídia. No caso do "Acelera Pará", um canhão sem bala.
9. Não tenho problema de reconhecer o trabalho alheio. Nunca tive. Trabalhei sete anos na Griffo que, assim como a Mendes e a Galvão, foi uma escola para mim. Quando sai da Griffo fundei a Vanguarda. Era 1992. Depois disputei várias eleições contra o Orly. Ganhei algumas, perdi outras. Assim é a vida. Mas nunca o vi como um inimigo a quem se deve aniquilar e acredito que a recíproca é verdadeira. Somos profissionais fazendo cada um o seu trabalho. Temos empresas de comunicação que atuam no mercado, com mérito de serem empresas longevas em um mercado difícil. Reconhecer a qualidade de seu labor agora e o caráter central de seu empenho para a eleição de Jatene e Flexa Ribeiro não é ser "bate pau do Orly". É ser profissional. Somente os canalhas se edificam na crítica destrutiva e permanente ao trabalho alheio. Não é o meu caso. Eu posso viver sem isso.
Grande abraço,
Chico.
Comentário do blog
Agradeço a atenção do Chico Cavalcante ao blog e seus leitores.
Discutir erros e acertos de uma campanha como a de Ana Júlia, sem dúvida, é importante para quem atua na área da comunicação política, mas também para o público em geral que tem curiosidade sobre o funcionamento dessa engrenagem.
Vamos manter o debate, aqui, em alto nível. Serei rigorosa na mediação de comentários: não aceitarei ofensas pessoais, apenas opiniões sobre as questões levantadas
Conto com a colaboração de todos.
Para quem insinuou que “levei uma ponta” pela entrevista, sou uma repórter, cujo único patrimônio é o nome. Jamais assinaria uma matéria paga. Não sou, nunca fui assessora de Cavalcante. E jamais entrevistaria um assessorado pelo jornal em que trabalho, assinando a matéria (e recebendo nas duas pontas: da fonte e do veículo). Essa prática é vedada, expressamente, pelo código de ética dos jornalistas e pelo meu código pessoal também.
Prova de que o jornal acertou ao publicar a avaliação de Cavalcante é o número de acessos ao post neste blog e o número de comentários - recorde absoluto, desde que este foi criado em maio deste ano.
Meu objetivo é promover o debate, dar espaço para diferentes opiniões, mas respeitando quem pensa diferente
Conto com a ajuda de todos para fazer deste, um blog, democrático, mas sem baixarias.
17 comentários:
Muito bom, admiro seu profissionalismo e do Chico.
Gostei do trecho que o Chico diz que não é governante, faz marketing político e o objetivo é que o cliente saia da campanha melhor que entrou.
A Ana melhorou mas não foi suficiente para ganhar a eleição.
Também, ninguem faz milagres.
Curioso o clima pós derrota de Ana Júlia Carepa; minha candidata no primeiro turno: no segundo turno não votei em nenhum dos candidatos.
O curioso de toda essa discussão é que não há consistência para ir fundo nos pontos que levaram à derrota do Governo de Ana Júlia Carepa. Não foram a Link nem Chico Cavalcante os responsáveis pela derrota do governo de Ana Júlia; foi o Governo de Ana Júlia: suas escolhas, suas formas de negociação, as profundas e insanáveis divisões dos interesses e preferências em disputa, em conflito; a inexperiência de gestão pública; a impossibilidade de definir o caráter da Autoridade Pública diante das divisões e da captura do poder pelos grupelhos.
Faltou ao governo de Ana Júlia a capacidade de reflexão e comando.
Quiça a Link tivesse chegado no primeiro dia de governo e fosse colocada como a responsável pela comunicação política, pelo marketing, pela publicidade, pela propaganda, etc.
Um governo sem autoridade, sem comando, sem norte, sem partido.
É duro, não é fácil, vejo em muitos dos que aqui se queixam as marcas da decepção: eu estou entre eles. A minha formação acadêmica e intelectual não removem do meu "raciocínio" os aspectos afetivos e esperançosos que me fizeram votar em Ana Júlia em 2006, e no primeiro turno de 2010.
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A qualidade da campanha política eleitoral de Simão Jatene é indiscutível. Mas isso não se deve ao gênio de Orly Bezerra, se deve a inúmeros fatores: 1. taxa de rejeição; 2. desconfiança do eleitor em função da péssima avaliação do governo; 3. amadurecimento do eleitorado em relação as escolhas: não surtiu o mesmo efeito que em 2006 e 2008 a colagem das candidaturas ao governo Lula no âmbito dos estados; 4. A estratégia do PSDB do Pará em assumir que se "Lula ajudou, Ana Júlia atrapalhou" foi fundamental para levar o eleitor a esta reflexão.
Não concordo com a afirmação de que se ganha eleição na campanha; concordo sim que é possível ganhar eleições, ou perder, durante uma campanha eleitoral.
Quem perdeu a eleição foi o Governo de Ana Júlia Carepa: não foi a Link, não foi Chico Cavalcante.
Claro está que existe disputa no mercado publicitário e que espera-se que tenhamos a continuação da divisão da verba pública para publicidade nos termos atuais, sem a concentração dos tempos "antigos".
Temos muito o que estudar sobre o Governo Ana Júlia Carepa, notadamente, sobre o lugar da Imprensa e a política de comunicação do governo; mas estas não são as únicas, nem as mais importantes.
Como escreveu Michel de Montaigne por diferentes caminhos podemos chegar ao mesmo lugar.
Na avaliação que precisa ser feita, espero que o PT, local e nacional, tenha a coragem de olhar para o espelho; eu, como uma entre os milhares de eleitores do PT, gostaria que isto acontecesse.
Beijos Rita.
Chico,
Suas explicações me bastam para o momento, apesar de me basear em pesquisas semanais e até diárais feitas em Santarém durante a campanha eleitoral.
Grato por me diferenciar dos anônimos.
Assino o que escrevo e não atiro pedras e escondo a mão.
Abs
Miguel Oliveira
Não sou um nativo dessa esfera blogueira, se não uma visitante esporádico. Minha geração é do tempo da carta. Tenho razões pessoais prá não gostar do Chico Cavlcante, mas não posso deixar de concordar com muitas das suas observações externadas na entrevista de domingo, ainda que razões de mercado possam ter infuenciado de algum modo a imparcialidade das mesmas. Participei por três meses da Coordenção da campanha da Ana Júlia e pretendo no momento oportuno escrever sobre o processo eleitoral. O que vi e vivi pecisa ser compartilhado com outros para que não cometamos tantos erros em tão pouco espaço de tempo. Assim que a razão suplantar a emoção do embate político acho que terá chegado o momento de fazer uma avaliação.
Parabéns ao Chico pela entrevista, pois trouxe elementos importantes para uma avaliação serena do processo eleitoral local. Minha solidariedade a jornalista que realizou o trabalho a qual reputo como uma pessoa´extremamente séria.
Até por razões de geração não sou um nativo dessa bloguesfera, mas apenas um visitante esporádico. Tenho razões pessoais prá não gostar do Chico Cavalcante. No entanto, não posso deixar de concordar com muitas das suas observações apresentadas na entrevista publicada domingo no Diário do Pará. O que vi e vivi durante os três meses em que participei da Coordenação da Campanha da Ana Júlia me obrigam, no momento oportuno, escrever sobre o processo eleitoral quando a razão tiver suplantado a emoção do embate político recente. Parabéns ao Chico Cavalcante pela entrevista, pois trouxe para o debate elementos importantes para realizarmos uma avaliação serena das eleições locais e da derrota do PT/Pará. Minha solidariedade a jornalista responsável pelo trabalho publicado.
Um grande abraço!
Raul Meireles
Parabéns, Chico Cavalcante!
Parabéns, Rita Soares!
Vocês são profissionais, e vencedores.
Elton Braga
Puxa vida, aqui todos que comentaram mostraram a cara.
Deveria ser proibido nos blogs postar em anônimo. Qual é o problema em dizer o que pensa? Se não pode dizer abertamente, simplesmente não diga.
Parabéns, Rita, teu blog é uma importante conquista do jornalismo paraense.
Elton Braga
Elton, eu não sou marqueteiro mas tenho opinião, uma delas é que o anonimato dá um molhom especial aos blogs. O excesso de regras tira a liberdade e por isso muitos comentaristas engraçados e competentes capam o gado. Num país onde vendem nossas informações pessoaia na praça da sé(SP), ser anônimo em algum momento é excitante.
Nenhum anônimo e todos se elogiando. Numa terra sem direitos, como o Pará, inde 02 famílias detém quase um monopólio de comunicaççao e TODOS (TODOS) os governadrores e prefeitos se fazem compra e venda utilizando o dinheiro público com essas empresas, é difícil exigir nome e sobrenome nos comentários... A menos que se queira suprimir na internet a verdadeira liberdade de expressão.
Rita, cara.
Perguntas que não querem calar:
1 - Quem, afinal, criou os slogans "Terra de Direitos" e "Nossa maior obra é cuidar das pessoas...!" para o governo da Ana Júlia...
2 - A rejeição de Ana Júlia só chegou à estratosfera no quarto ano de seu mandato...!
3 - O que fazia Fabio Castro na campanha do Amapá se somente ontem ele foi exonerado da assessoria especial da governadora Ana Júlia...!
Cadê a interrogação deste computador...!
Queijos.
Ronaldo Brasiliense
Ok caros "anônimos", seus argumentos são coerentes.
Vamos lutar pra que um dia possamos, todos, nos expressar aberta e livremente.
Elton Braga
Respostas ao Ronaldo Brasiliense, que Rita Soares por certo não pode dar:
1. Os slogans citados foram criados para campanhas específicas, solicitadas pela Secom à agência Vanguarda. A primeira, era para a Secretaria de Direitos Humanos, a segunda para a Santa Casa de Misericórdia. Nenhuma delas fazia parte de qualquer Plano de Marketing, se é o que o jornalista queria insinuar. Campanhas não são Planos de Comunicação, mas ações pontuais. Foram solicitadas para todas as 8 agências licitadas por Ana Júlia, mas também, em 2007, pelas agências licitadas por Jatene, que permaneceram trabalhando para Ana Júlia por quase um ano, incluindo a Griffo, que trabalhou normalmente para o PT sem qualquer embaraço. Aliás, se tivesse entrado na licitação, por certo seria uma das oito agências contratadas.
2. Fábio Castro, que é meu amigo pessoal, foi para o Amapá nos finais de semana durante a campanha, o que não conflita em nada com seu contrato de prestação de serviço ao governo.
3. Computadores comprados sem nota fiscal em geral não têm teclado configurado em português, por isso você não deve estar encontrando o ponto de interrogação em seu computador. Compre um computador legal, com nota fiscal e certificação ABNT e esse problema será resolvido.
Glauber Dantas, ex-funcionário da CCS (hoje Secom) do Governo do Pará.
Alguém disse: ¨não concordo com a afirmação de que se ganha eleição na campanha¨. Ok. Pode ser uma questão de crença, de se acreditar ou não em uma tese. Mas há uma incognita que o marketeiro paraense levantou na entrevista ao Diário e que não foi desmentida por nenhum comentarista: Duciomar, o pior prefeito da história, rejeitado por dois em cada três cidadãos da capital, se reelegeu prefeito de Belém e isso ocorreu durante a campanha e não antes. Antes, ele estava derrotado. Se dizia ¨até um poste ganha desse cara¨. Esse e outros exemplos provam a veracidade da tese levantada pelo entrevistado. Tudo o que se disse aqui que havia de ruim no governo Ana Júlia havia dobrado na administração de Duciomar, que em seis anos teve seis secretários de saúde e cinco presidente da CTbel e destruiu todos os bons projetos da administração anterior. Mas o cara venceu a eleição. O que ocorre é que a tucanada não quer que se diga que essa campanha de agora poderia ter sido ganha por Ana Júlia. Eles querem que fique a imagem de que Ana Júlia perdeu porque foi má governante. Desculpem, mas eu vivo aqui. Ana Júlia não foi pior que Jatene, nem pior que Duciomar. Perdeu a eleição, sim, na campanha e não antes dela. Perdeu por suas escolhas, sim, dentre elas o de fazer uma campanha de costas para a tradição de seu partido e sem a humildade de dizer ao eleitor o que fez e porque deixou de fazer. Escolhas, sim. Más companhias derrotaram Ana Júlia.
RITA,
Infelizmente não posso me identificar porque eu era uma das poucas paraoaras na Digital, a produtora arrendada pela Link para campanha.
Soube, ali, que O TAL Heineck, o dono da comunicação do governo Ana Júlia, trouxe a Link no bojo de um grande acordo para no segundo mandato deixar tudo com eles. Mas no final foi traido pela Link, a empresa que ficou um ano trabalhando aqui nas costas das agências locais, que tinham que faturar mas entregar a grana pra eles. PH, o rei, perdeu até a sala dele no segundo turno e não voltou mais pra Digital.
O segundo programa de TV, ainda na primeira semana da campanha eletrônica, simplesmente não foi exibido no dia em que deveria porque a Link perdeu o prazo às 16h para entregar a Betacam na Liberal. Erro crasso e ridículo.
Isso sem falar nos equivocos conceituais que começaram no governo, com o slogan ¨´E a vez do Pará pra você¨. É a vez do Pará o que, mané& Na campanha, veio o Acelera e um jingle de composição complexa, muitas frases, palavras, com a Gaby se esgoelando feito uma louca.
Silvia Castelo Branco, ex-mulher do João Santana e funcionária da Link, que coordenou o conteúdo, teve a audácia de dizer que FALAPOVO (fundamentais para Jatene) era desnecessário e que o cenário elegante e chic da Ana Júlia era porque "ela é governadora" e não poderia parecer ¨uma pobretona¨. Francamente.
No final do segundo turno a baianada e a pernambucanada consumiu mais whisky do que escreveu. Eram trocentas garrafas na criação. Nada contra os métodos criativos de cada um, mas misturar bebida com marketing só deve funcionar para a AMBEV.
Na Rádio, a paulistada que veio pra cá completamente desarticulada se perdia cada vez mais a cada dia, diante do poder de fogo do rádio de Jatene, feito com simplicidade e pobreza de recursos e idéias. Os Links simplesmente copiavam o audio e o roteiro de TV e fazia uma versão disso para rádio.
Resumo da ópera: só queriam $$$$$$ e mais nada. Ganhar, mesmo, só se fosse os milhões. Verbalizam palavrões contra o PT e a própria governadora, chamada nos bastidores de ¨Ana Rolha¨. Dirigentes petistas, como o presidente da legenda local, era chamado de ¨burro¨, Maurílio era ¨maluquete¨ e Paulo Rocha era, simplesmente, ¨chegou o mensaleiro¨.
Foi essa a gente em que o PT confiou. Não poderia dar outro resultado que não a derrota. E ainda vem gente escrever aqui que essa trupe de sem caráter deveria assumir a comunicação ¨desde o primeiro dia¨.
Então tá, maninha...
Rita, cara amiga.
Em resposta ao Glauber Dantas, suposto porta-voz do Francisco Cavalcante, da Vanguarda:
1 - Batom na cueca: a Vanguarda - confirma o suposto porta-voz do Chico Cavalcante -criou os ridículos slogans “Terra de Direitos” e “Nossa maior obra é cuidar das pessoas”, utilizados em todas as peças publicitárias do governo de Ana Júlia Carepa (PT/DS). Portanto, a agência do Cavalcante é responsável, também, desde 2007, pela crescente e mastodôntica rejeição à gestão de Ana Júlia. A culpa não é única e exclusivamente dos baianos da Link, que já pegaram a canoa furada navegando.
2 – Fábio Castro, ex-secretário de estado de Comunicação, que além de amigo pessoal deve ter sido patrão do Glauber Dantas (ex-funcionário da CCS, como ele confessa!), só viajava para Macapá em campanha nos fins-de-semana.... Ah, bom! Eu também acredito em vozes do além, contos de Carochinha, Saci Pererê, Papai Noel, Matinta Pereira e em boto que faz mal à moça... Conta outra...!
3 – Bom saber que computadores comprados sem nota fiscal em geral não têm teclado configurado em português.Vou encaminhar a denúncia à governadora Ana Júlia Carepa e às agências que fizeram o péssimo marketing de seu governo – criando inclusive os slogans risíveis – posto que mandei o comentário para o blog da repórter Rita Soares de um computador do programa Navega Pará, diretamente de Óbidos, minha cidade, onde o programa, por pífio, é conhecido como “Navega na maionese”. Acho que o Ministério Público e a própria Polícia Federal deveriam investigar a denúncia, extremamente grave. Pergunta que não quer calar: Será que o Navega Pará, que torrou milhões dos cofres públicos do estado, implantou-se à base do contrabando?
4 – Meu computador, como Glauber - suposto porta-voz do Chico - Dantas deve ter observado, tem interrogação??? É da Sol... Depois te mando a nota fiscal!
PS– Abro uma exceção, desta vez. Na próxima, só responderei ao dono do cão.
Abraços.
Ronaldo Brasiliense
Alguns esclarecimentos:
1) Chico Cavalcante se queimou com o pessoal da DS em 2004 quando perdeu a campanha de Ana Júlia em Belém para prefeitura. O acusaram de dar mais importância à campanha de Maria em Santarém e deixar Ana sem a devida atenção. Em 2004 Chico coordenou, realmente, a campanha.
2) Em 2006, quem coordenou foi PH. Chico tinha grana para receber e queria fazê-lo. Ficou de fora. A DoubleM é quem ajudou PH. Chico participou, muito pouco, como consultor. PH ganhou fazendo o feijão com arroz. Ana não ganhou. Almir que perdeu. Apoio do PMDB foi decisivo. PH ficou com fama de competente, mas não foi o seu trabalho que ganhou. Muito menos o de Chico. Em 2006 o Chico chegou a ajudar o Edmilson. Fez toda a parte de marca de campnha, artes principais ... Mas o PSOL não tinha grana e parou.
3) No governo Ana, Chico pisou muito na bola. Criou slogans e marcas equivocados: Pará, terra de direitos (ai me Deus). Se fosse pelo menos "Pará, preparando uma terra de direitos". Quando Chico foi para atender ao governo federal, deixou a Secom a ver navios. Difícil falar com ele no celular. Quase inacessível. Deixou serviços mal resolvidos... Enfim, já estava mal visto pela DS, deu mais motivos e se queimou
4) PH, um grosseirão e incompetente. Mandou mais que Fábio Castro e Paulo Roberto, secretários da Secom. Vinha raramente a Belém, pois fazia curso de Direito em Porto Alegre. Mas, segurava a chave do cofre da Secom e ganhou muito, muito dinheiro. Iludiu Ana Júlia e o povo da DS (ou ganharam grana juntos?). PH enganou muita gente na Secom. Brigou com o Paulo Roberto. Se achou o verdadeiro dono da comunicação. Cabe a ele 80% da culpa da comunicação desse governo. A avaliação do governo estava muito ruim e PH sabia disso, em números detalhados.
5) PH e a DS decidiram chamar a Link. PH ganhou 20% dos 20 milhões pagos aos baianos. Fizeram uma campanha horrível, principalmente no primeiro turno. PH não apitou nada. Pressentia a derrota e queria poder dizer "não coordenei nada". Chico poderia, SIM, ter feito uma campanha melhor e MUITO mais barata. Paulo Rocha foi tratado como patinho feio pela Link. Não sei se o Chico poderia ter ajudado a reeleger Ana, mas usaria pessoal paraense, que já conhece as características da região e certamente as chances de vitória seriam maiores.
6)O governo Ana não foi ruim, mas também não foi bom. A quebra da "parceria" com o PMDB em 2008, trouxe a reboque uma oposição ferrenha do Diário do Pará, das rádios de Jader e de seus jornais locais na TV. Acabou com a Ana, tachando-a como incompetente, prequiçosa e pau-mandado do Maurílio, Marcílio, André Farias, Botelho e Puty. A DS governos e se fechou. O PT estadual, não sei porque, aceitou isso. Puty só pensava em ser o dep federal da DS. Isolaram-se do PT e não cumpriram acordos. Foram incopetentes.
Por isso Ana perdeu.
Simples, assim.
E sem mentiras. Foi assim.
Rita, não dá pra colocar na ribalta o comentário do anônimo das 01h53 - aquela que era "uma das poucas paroaras na Digital"? Vai chover de comentários...
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