Dinheiro e eleições são irmãos siameses.
Dito isso, não entendo o alvoroço entre partidos, coligações, candidatos e eleitores toda vez que se toca no tema.
Ou será que alguém quer nos convencer de que para fazer uma campanha basta dizer: “Faça-se o santinho” e o santinho aparece?
Não meus caros! Não há milagres.
É preciso pagar designers, fotógrafos, gráficas e, hoje em dia, até a pessoa que fica na rua, distribuindo o dito cujo.
Afinal, militante também come.
Ter uma campanha com muito dinheiro, por si só, não quer dizer que um candidato é melhor ou pior.
Por que os militantes acham que falar que a campanha do fulano ou beltrano é rica é ofensivo?
Ter muito dinheiro pode significar que o cidadão tem uma herança, foi bem sucedido nos negócios antes de entrar na política, ou tem grande poder de convencimento junto aos doadores.
Em princípio, nada demais.
Isso não nos exime de acompanhar os custos da campanha e procurar saber exatamente de onde veio o dinheiro para bancá-los. É direito nosso.
Depois das eleições, é preciso acompanhar os mandatos para saber se o eleito vai, pelo menos tentar, cumprir as promessas que fez a TODOS os cidadãos, ou vai gastar o tempo tomando medidas que beneficiem APENAS aqueles que colocaram dinheiro na campanha.
E o pior, se não vai usar o criminoso artifício de tirar dinheiro público para devolver as benesses que recebeu quando candidato.
Aí sim, teremos um problema grave.
É preciso ficar de olho também para ver se o dinheiro doado para financiar a eleição deste ou daquele cidadão não está alimentado caixas 2 e servindo para comprar roupinhas em Miami (e outras coisas mais) como correu nos tempos em que madame Collor “gastava demais”, segundo queixou-se o senhor Paulo César Farias, tesoureiro da campanha do marido de madame.
Como uma geração inteira ficou sabendo, monsieur Farias só não fazia chover em Brasília.
Eu acredito que existe apenas uma vacina contra a corrupção: a lupa da transparência.
Mas também não tenho dúvida de que esse modelo de financiamento de campanha do Brasil está errado. Não fosse assim não teríamos os mensalões, as notas nas cuecas, meias e similares; os aluguéis de Fiats Elbas.
É preciso discutir sim esse modelo, mas esse é tema para um outro post.
3 comentários:
È Rita, vale uma lembrancinha com personagens da tucanalha, não é mesmo? Beeeem depois do Collor e por mais de uma década, no Pará pelo menos.
Não Rita, não tem nada a ver com modelo de financiamento de campanha, corrupção é crime é sacanagem, é falta de vergonha e respeito, e fim.
Seja qual for o modelo de financiamento os safardófilos vão dar um jeito de roubar, corrupto é corrupto e ponto. Só lei e peia neles prá resolver o "pobrema", mana.
Eu devia ter me candidatado. Acho que até eu me elegeria já que o negócio é despachar esse ebó que largaram na nossa porta.
Vamos lá, meu Pará, vamos fazer com o voto o que a lei nos impede de fazer no grito: botar a Ana Júlia pra correr.
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