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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Para não dizer que não falei do debate

Minha primeira surpresa com o debate de terça-feira na TV Liberal foi a indiferença das pessoas nas ruas. À exceção dos militantes nas transversais à emissora, a cidade seguia sua vidinha normal.

Minha idéia era assistir ao confronto num bar com amigos, ouvindo as opiniões. Fui a quatro bares que têm telões e aonde, eventualmente, vou para assistir a jogos com amigos. Em todos passava um jogo (não sei qual era) e ninguém tomava conhecimento do debate.

Para quem está respirado política 24 horas por dia nos últimos dois meses, foi uma surpresa.

Perdi o primeiro bloco rodando de bar em bar até ficar no Eky, um churrasquinho na 14, atrás da Basílica. Lá assisti com três amigas, uma delas, petista de carteirinha - que garante que Ana Júlia se saiu melhor - e uma meio tucana que ficou em cima do muro.

Fora a nossa mesa, ninguém prestava atenção e ainda nos incomodavam.

Uma amiga no twitter disse que as pessoas preferiram ficar em casa, tuitando. De fato, o debate foi o assunto da noite nas redes sociais pelo menos entre as pessoas que sigo.

Expectativa


A avaliação geral foi de que o debate acabou sendo morno e previsível. Acho que o problema é que as pessoas depositam expectativas demais nesse tipo de programa e ficam esperando sempre algo inusitado que vá mudar o rumo das eleições.

É assim, desde que, há 50 anos, John Kennedy, triturou Richard Nixon num debate quase às vésperas das eleições presidenciais americanas.

No Brasil o caso mais emblemático é o famoso debate na Rede Globo entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva em 1989. Nesse episódio, mais do que o confronto em si, teria pesado - contra o petista - a edição feita pela emissora para exibição no jornal nacional do dia seguinte.

No Pará também temos exemplos. O mais recente é o da petista Maria do Carmo Martins que teria perdido a eleição para Simão Jatene em 2002 porque errou o preço da passagem de ônibus durante um debate de rádio.

Minha avaliação é de que esses episódios podem ter contribuindo, mas, por si só, não explicam as derrotas e vitórias eleitorais.

A “manha” dos debates

Hoje os candidatos, por assim dizer, pegaram a “manha” dos debates. Não vão mais na base do improviso. Passam dias e dias sendo treinados.

Perguntas e repostas são ensaiadas à exaustão.

Figurino e maquiagem são calculados quase matematicamente.

O resultado é um script quase perfeito, com poucas surpresas o que acaba passando a impressão de que não houve confronto de verdade.

O que eu achei

Voltando ao debate de quarta-feira, o que se viu foi uma repetição de perguntas e respostas.

Impossível dizer quem ganhou porque cada um diz que foi seu próprio candidato.
O que percebi é que Fernando Carneiro e Domingos Juvenil foram mais para o confronto com Simão Jatene e Ana Júlia.

A candidata petista usou a estratégia de responder en passant as perguntas que lhe eram feitas e aproveitar o tempo para “conversar com o eleitor”.

Simão Jatene manteve a estratégia de usar números para mostrar conhecimento da máquina administrativa.

Conclusão

Difícil dizer, sem as pesquisas que os partidos certamente têm, qual a influência desse último confronto entre os candidatos sobre a decisão de sua excelência, o eleitor.

7 comentários:

Anônimo disse...

A produção desses debates é culpada desse esterelidade dos programas.
Como você disse, Rita, é um script quase perfeito.
É uma mesmice danada, uma chateação; causa morrinha, pede para o telespectador desligar a TV e ir dormir.
As perguntas e respostas são calculadas, previsíveis; não surpreendem e nem emocionam. Um acusa, o outro se defende. Não tem nenhum pegadinha ensaidada como aquela do preço da passagem de ônibus que Maria do Carmo Martins, perguntada por Jatne, não soube dizer.
Então, acho que os debates não acrescentam nada às pesquisas - é o que levam a se deduzir.
Ou as emissoras de TV bolam uma alternativa nova ou terão menos audiência a cada eleição, prejudicando o processo democrático, a informção necessária à decisão do eleitor, contribuindo com quase nada para que o cidadão se decida com base em informações concretas e objetivas, restando o marketing que falseia a competência, a capacidade e verdades sobre os candidatos.

Anônimo disse...

O Debate da Tv Liberal e das demais afiliadas da Rede Globo por todo o País, teve uma grande baixa. O eleitor (a massa que vota) preferiu zapiar para uma tal "Fazenda"... Mas assim... o carimbó não flutua

Anônimo disse...

Tanta chatice que me fez mudar o canal. No final, me disseram, foi tudo igual aos demais. Infelizmente!

Anônimo disse...

Com ou sem debate, vai ser JATENE.

Anônimo disse...

Jatene demonstrou mais segurança com as informações da administração do Estado, principalmente.

Anônimo disse...

En passant, "repórter". EN passant, e não AN PASSANT.

Por essas e outras que os jornalecos de Belém só fazem publicar erro atrás de erro... se nem concordância gramatical se estuda!

Na dúvida, não escreva. E ah, dê uma olhada nesse blog e ajeite. Tá CHEIO de erro de pontuação e concordância.

RS disse...

Das 14h05. Foi mal. Já corrigi. Quanto aos outros erros, assim que tiver um tempinho farei uma revisão geral
Abs